A categoria dos TAEs na UFFS tem sido historicamente relegada a uma função de “cumpra-se” nessa instituição. Nos parece que muitos esquecem que somos servidores públicos, e atuamos em uma Universidade Federal. Afinal, diz um texto promulgado em 1988 que:
“Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, ADMINISTRATIVA e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.”
Temos então em questões de registro de frequência de SERVIDORES, quando é para a categoria dos técnicos administrativos em educação, a gestão parece esquecer de alguns princípios que estiveram no escopo de criação da UFFS.
Senão vejamos: o atual sistema (sim, atual em 30/09/2021) foi imposto pela gestão anterior apesar de toda a resistência da categoria e o chamamento ao debate para ajustar os problemas que esse sistema do “Secullum 4” tem, para os quais alertamos na época e que a realidade confirmou existirem. Mas ele veio para nos adestrar a colocar o dedinho lá toda vez. O professor que responde pela reitoria à época da implementação era Pró-Reitor de Gestão de Pessoas. A ele perguntamos: o registro biométrico não é mais uma obrigação intransponível da qual a UFFS não pode se furtar? Tomaram conhecimento hoje pela manhã?
Como excelentíssimo, claro e gritante exemplo de “gestão por competência” ou “gestão técnica”, a PROGESP às 11h15min do dia 30 de setembro de 2021 manda um e-mail para os mais de 700 servidores TAEs avisando que no dia 1 de outubro de 2021 (também conhecido como “amanhã”), o sistema será modificado completamente para outro.
Não vamos entrar nos méritos sobre qual sistema é melhor, afinal estamos diante de um sistema caro e que nunca atendeu os interesses institucionais e outro completo desconhecido da imensa maioria dos trabalhadores Mas nos questionamos sobre alguns pontos ao menos:
Como fica todo o investimento orçamentário, todo aquele dinheiro gasto pela UFFS para impor à força o sistema do século 4? O que serão de todos aqueles equipamentos, daquelas horas gastas em correção de sistemas? Esse dinheiro pode ser considerado jogado fora? Não sabemos! E não sabemos porque a gestão não dá transparência às discussões que afetam a nossa vida funcional, tampouco conhecimento dos procedimentos em tempo hábil para serem compreendidos e implementados.
Não sabemos detalhes específicos tais como:
Nosso expediente será contado somente após esperar o computador ligar, acessar a rede, acessar o sistema para então registrar o horário na entrada?
Poderão os equipamentos serem mantidos ligados entre intervalos e turnos de trabalho, conforme preconizam as medidas de economia de energia, ou teremos que financiar a economia institucional com nosso tempo de vida não remunerado?
A gestão que propagandeia preocupação com nossa qualidade de vida nos imporá o registro novo sem compreensão e sem período de testes?
Os servidores responsáveis pela implementação concordam com esse procedimento ou também são vítimas dos processos impostos de maneira inadequada?
Serão eles os responsabilizados pelos problemas que poderiam ter sido evitados por quem tem poder de decisão?
Precisamos de um novo sistema? Considerando que sempre fomos críticos ao atual poderíamos até concordar com essa premissa… Mas de um dia para o outro?
Ahhh, podem dizer que foram publicadas a portaria e o manual que orientam. E O CONHECIMENTO DISSO NOS É DADO DE UM DIA PARA O SEGUINTE?
Esse é o ponto.
TAEs na UFFS, ignorados (mais) uma vez em regulamentações e procedimentos que afetam diretamente as suas vidas e atividades funcionais.
Gestão por competência e qualidade técnica dos gestores? Acreditamos que temos uma leitura bem diferente sobre como isso tem sido exercido na UFFS, principalmente pela gestão não eleita. Aliás, a gestão não eleita é exemplar. Será lembrada por muitos e muitos anos na UFFS, ao menos quanto a isso devemos reconhecer suas “contribuições”.
Enfim, que fique claro: É A GESTÃO que está gerando dano para a UFFS e insegurança na categoria.
O SINDTAE irá se debruçar sobre o tema para melhor entender os mecanismos e as implicações do novo sistema, e encaminhará as medidas necessárias para garantir que a categoria não seja prejudicada para além do que já está causado pela gestão(?).