sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Dia Nacional de Luta, Mobilização e Paralisação une categorias

Esta quinta-feira, dia 29 de setembro, Dia Nacional de Luta, Mobilização e Paralisação dos servidores públicos federais e trabalhadores da iniciativa privada, foi uma data em que a batalha contra os projetos de ataques aos direitos sociais agregou importantes aliados nos locais de atuação do SINDTAE, que congrega a categoria técnico-administrativa em educação (TAE) na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).

Há semanas, a base do SINDTAE tem deliberado e realizado paralisações pontuais conforme resolução da última Plenária Nacional da FASUBRA Sindical e indicações da reunião ampliada do FONASEFE. Inicialmente, o movimento foi majoritariamente de esclarecimento e debate da conjuntura voltados à conscientização e preparação da própria categoria, passando então a buscar articulações com demais segmentos da comunidade acadêmica e externamente, cientes de que apenas poucas categorias não terão eficácia para combater os iminentes retrocessos patrocinados por forças patronais.

Uma novidade desta ocasião foi a adesão oficial por parte dos trabalhadores docentes da UFFS, mobilizados por sua seção sindical SINDUFFS/ANDES, além da participação maciça de estudantes.

Chapecó, SC


Logo pela manhã, no Campus Chapecó da UFFS, técnicos, professores e alunos da instituição se reuniram em debate sobre a conjuntura nacional no Auditório do Bloco B. Ao final das discussões, a comunidade acadêmica estourou simbolicamente os combatidos projetos em tramitação no Congresso Nacional.



À tarde, foi realizado um ato organizado em conjunto por diversas entidades representativas de trabalhadores da educação e estudantes em Chapecó, na praça central da cidade. SINDTAE, SINDUFFS, SINASEFE, SINTE-SCDCE UFFS, Grêmio Estudantil Integrar (IFSC) e UMES convocaram suas respectivas bases locais, que compareceram em peso, às quais ainda se juntaram importantes representantes dos Bancários, da UCE e de outros movimentos. Aberto o microfone, os pronunciamentos foram enfáticos contra a degradação do serviço público, em especial da educação, da saúde e da previdência, além da necessidade de agregar os trabalhadores do país para combaterem estas medidas. Também houve apoio à escola sem mordaça e repúdio à reforma do ensino médio que se tenta implantar arbitrariamente através de medida provisória. Seguiu-se uma apresentação de rap e nova explosão de balões simbolizando cada projeto atentatório. A manifestação terminou com uma passeata e panfletagem pela Avenida Getúlio Vargas.





No período noturno, as atividades voltaram às dependências da UFFS para novos debates com docentes e estudantes ali presentes, contando também com a presença da Direção do Campus.

Erechim, RS


A mobilização, organizada pelo SINDTAE e pela SINDUFFS ocorreu no Auditório do Bloco A do Campus Erechim da UFFS, envolvendo técnicos, docentes e discentes, discutindo a situação atual do país e os impactos da PEC 241 e do PLP 257, com apresentação ministrada pelo Prof. Dr. Luís Fernando Santos Corrêa da Silva.



Laranjeiras do Sul, PR


No campus Laranjeiras do Sul da UFFS, os técnico-administrativos novamente se mobilizaram e desta vez tiveram também a adesão dos docentes e de estudantes.






Realeza, PR


Os TAEs do Campus Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul, além de discutirem as pautas nacionais com docentes e alunos, aproveitaram a oportunidade para debaterem pautas locais em evidência, como o Programa de Educação Formal do corpo técnico-administrativo da UFFS (PLEDUCA), buscando avanços, não os iminentes retrocessos apresentados por representante do setor de RH da instituição, algo que se pode considerar semelhante ao que ocorre com os direitos sociais em Brasília. Também participaram, à noite, de Aula Pública intitulada "Nenhum Direito a Menos", organizada por professores estaduais.

Foi ainda divulgada uma Carta Aberta à Comunidade em nome dos três segmentos.

 


Aparência de normalidade


Enquanto instituições congêneres cumprem seu papel de ao menos alertar a comunidade acadêmica a respeito da suspensão das atividades técnicas, administrativas ou docentes, ou mesmo se posicionando sobre a conjuntura nacional, sobretudo diante de pontos que podem afetar diretamente seu funcionamento futuro, e ironicamente enquanto até a imprensa tradicional cobriu parcialmente os eventos desta quinta-feira, a comunicação oficial da UFFS, de maneira deliberada ou talvez censurada, lamentavelmente continua tentando fazer de conta que não existe mobilização na comunidade acadêmica interna. O desprezo da alta gestão da instituição por movimentos internos é persistente. Responsáveis pela página da universidade em rede social já chegaram, sem justificativa, a reiteradamente excluir comentários que mencionavam greve que estava em curso, atentando assim contra princípios democráticos e ignorando expressa proibição legal de frustrar a divulgação do movimento (Lei 7.783, art. 6º, §2º, parte final).

A gestão da universidade ostenta amplo domínio do ordenamento jurídico quando o resultado é prejudicial aos trabalhadores, promovendo interpretações criativas e muitas vezes descabidas por meio de "notas técnicas", enquanto consegue descumprir a lei e a jurisprudência sem hesitação quando estas concederiam benefícios aos mesmos.

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